Surf de Base 2025

Criançada encanta Borete

Surf de Base 2025 tem Sub 12 na água e define Maria Clara Chuquer, Eloá Lima, Matheus Jhones e Narciso Inacio nas finais da categoria na Praia do Borete, em Porto de Galinhas (PE).

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O quinto dia do CBSurf Surf de Base 2025, em Porto de Galinhas (PE), foi inteiramente dedicado à novíssima geração do surfe nacional. Após a realização da última bateria da repescagem 1 da Sub 16 Masculino, as atenções se voltaram totalmente para a categoria Sub 12. Apesar de um vento maral constante na quarta-feira (7), os pequenos atletas pegaram boas ondas e deram um verdadeiro show na Praia do Borete, misturando talento e leveza em um dia memorável para o evento.

“Foi um dia bem legal”, avalia Raoni Monteiro, diretor de prova. “A maré seca deixou o mar um pouco difícil no começo, e tivemos mais vento maral do que nos dias anteriores. Mas, com a maré enchendo, melhorou bastante. Tivemos ondas de meio metro, com séries chegando a um metro”, completa.

­Ao todo, foram realizadas 35 baterias no dia, proporcionando muitas oportunidades para a criançada surfar. Entre risadas, pranchas pequenas e muita torcida, o surfe rolou solto — com performance de gente grande.

A competição é realizada pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), em parceria com a Federação Pernambucana de Surf (FEPESurf), com patrocínio da Prefeitura de Ipojuca e da Secretaria Especial de Esportes de Ipojuca, com apoio do prefeito Carlos Santana e do secretário Deri Costa.

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Primeiras finalistas na Sub 12 Feminino

A atual campeã brasileira Sub 12, Maria Clara Chuquer (SP), mostrou confiança e domínio desde o início da bateria. Com uma nota 5 logo na primeira onda, ela liderou com tranquilidade e garantiu a classificação com um somatório de 8.93 pontos.

“Fui campeã brasileira ano ado e estou na final agora. Quero tentar ser campeã de novo. Achei as ondas que queria e consegui fazer minhas manobras do jeito que eu tinha planejado”, diz Maria, que destacou também a diversão fora da água: “Eu tento me segurar pra não ficar nervosa nem ansiosa, porque acho que isso me atrapalha. Quanto mais calma eu fico, melhor é pra mim. Estou me divertindo demais! Está super legal”.

A outra vaga na final ficou com Eloá Lima (CE), que protagonizou uma virada emocionante. Sem pontuação suficiente até o fim da bateria, a cearense encontrou uma direita que começou com uma batida de backside muito forte e ainda emendou uma rasgada invertendo a prancha numa esquerda reformada. Esperando a nota na areia, veio o 5.40, a melhor da bateria, que a colocou em segundo lugar com 8.13 no total. “Estou muito feliz de ter ado! Se não fosse Deus ter mandado aquela última onda, eu não tinha conseguido”, comemora Eloá.

Ao comentar sobre o momento em que esperava a nota sair na areia, ela disse que “O coração quase sai pela boca… muito nervosa. Mas tem que segurar”. Eloá também foi destaque na Fase 1, quando fez o maior somatório (11.00) e a melhor nota (6.17) do dia no feminino. “Estou muito confiante em mim. E quero agradecer ao Joca Secco, que fez essa prancha irada. Ela tá muito boa no meu pé”.

Hanna Prado (PB) e Ana Lima (RN) terminaram em terceiro e quarto lugar, respectivamente, e terão uma nova chance na final da repescagem nesta quinta-feira (08).

Disputa acirrada define finalistas da Sub 12 Masculino

A bateria que definiu os dois primeiros finalistas da Sub 12 Masculino foi uma das mais aguardadas do dia. Em cena estavam nomes que já haviam se destacado, como JJ Fiorentino (BA), que havia feito o segundo maior somatório do dia (12.00), e Matheus Jhones (SP), autor do maior (12.50) e também da maior nota (7.00). Mas quem assumiu a liderança logo no início foi Narciso Inacio (RN), que cravou 8.97 somando suas duas primeiras ondas e se manteve no topo da bateria até os momentos finais.

JJ também começou com ritmo forte e somou 8.47, incluindo a melhor nota da bateria, um 5.30 após uma direita bem surfada com três manobras. Enquanto isso, Matheus Jhones e Rafael Miranda (SP) estavam em 3º e 4º lugares, respectivamente. Matheus optou por uma estratégia de alto volume: entrou em tudo que podia, buscando a virada onda por onda.

A tensão foi crescendo até os momentos finais. Matheus conseguiu encaixar três ondas cruciais no fim. Na primeira, recebeu 4.17, o que o deixou ainda precisando de nota. A segunda tentativa não foi suficiente. Mas então veio a última: um 5.03 anunciado quando ele já estava na areia. A nota o colocou na liderança da bateria com 9.20. A comemoração foi intensa, com gritos, abraços e emoção entre familiares e equipe paulista.

“Pô, foi muito difícil. Meus amigos surfaram muito, quebraram mesmo. Aí Deus mandou a última onda pra mim. Dei uma chutada boa, consegui virar… e é isso”, conta. Perguntado sobre como mantém tanta constância no mar, ele resumiu com simplicidade e fé: “Aí é Deus. É Deus”.

Narciso Inacio (RN) também comemorou com entusiasmo sua vaga direta na grande final. “Caraca, é muito irada a sensação. Foi uma bateria irada. Estou muito feliz de ir pra final e espero chegar em casa com esse título”, diz. Sobre sua estratégia, completou: “A ideia era pegar várias ondas de junção, que estão sendo valorizadas no critério. Fiz várias manobras de finalização, e ganhei com isso.” Ainda reforçou o clima leve que vive no campeonato: “Aqui eu encontro muitos amigos, me divirto demais competindo”.

JJ Fiorentino (BA) e Rafael Miranda (SP) não avançaram nesta bateria, mas têm mais uma chance de chegar à final na decisiva repescagem desta quinta-feira (08).